Correlação entre a prática de atividade física e manutenção ou ganho funcional em idosos
Os benefícios dos exercícios físicos estão bem definidos em vários estudos dirigidos por profissionais da saúde em todo o mundo. Neste contexto tornam-se necessários para a construção de um envelhecimento saudável.
O estudo de Beneditti et al (2008), objetivou avaliar a condição de saúde mental de idosos e relacioná-la com níveis de atividades físicas praticadas pelos mesmos. Foram entrevistadas 869 pessoas com idade entre 60-101 anos. Através do Questionário Brazil Old Age Schedule (BOAS) fizeram rastreamento de deficiência cognitiva e depressão. Com o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) estimaram o tempo semanal gasto com atividade física em áreas como trabalho, tarefas domésticas, transporte e lazer. Concluíram que a prevalência de depressão e de demência era menor naqueles idosos que não eram sedentários, ocupando-se com tarefas variadas dentro das áreas mencionadas.
Práticas como caminhada e dança são bastante indicadas para a terceira idade. Paiva et al (2010), analisaram os efeitos da dança na capacidade funcional de trinta pessoas acima de 60 anos. As aulas tinham uma hora de duração e eram realizadas três vezes por semana. Os pesquisadores utilizaram a bateria de testes motores da American Alliance for Health Physical Education, Recreation and Dance-AAHPERD, e encontraram melhorias significativas em componentes da capacidade funcional e na execução das atividades de vida diária (AVD).
Outra modalidade de exercício para a terceira idade são os resistidos, pois a força muscular máxima, alcançada por volta dos 30 anos, declina-se a partir dos 50 anos com repercussão na mobilidade, na coordenação e no equilíbrio corporal.
Prado et al (2010), com o intuito de avaliar a influência dos exercícios resisitidos no equilíbrio, mobilidade funcional e qualidade de vida de indivíduos após 60 anos, aplicaram um programa de resistência em mulheres que não eram envolvidas em nenhuma forma de treinamento físico. Foram avaliadas através da Escala de Equilíbrio de Berg, Timed Up and Go (TUG), e pelo questionário World Health Organization Quality of Life Group (WHOQOL)-BREF. A atividade aplicada consistiu de exercícios dinâmicos com pesos livres ou em aparelhos de mecanoterapia, três vezes semanais, duração de trinta minutos, por cinco semanas (sendo a primeira para familiarização). Os músculos trabalhados foram os extensores, abdutores e adutores do quadril, e estensores da perna, em duas séries; de doze repetições a 50% e dez a 70% de 1RM. A RM foi reavaliada após dezoito, e vinte e oito dias do programa de treinamento. Concluíram que houve ganhos no equilíbrio, na mobilidade funcional e no domínio físico e psicológico da qualidade de vida das idosas. Portanto, os estudos contribuíram com evidências de que a atividade física promove manutenção e/ou ganho funcional para a terceira idade.
Michelle Salerno-fisioterapeuta
Referências
BENEDETTI, Tânia R. Bertolo et al. Atividade Física e Estado de Saúde Mental de Idosos. Rev. Saúde Pública. 2008; 42 (2): 302-307.
PAIVA, Ana Clara de Souza et al. Dança e envelhecimento: uma parceria em movimento! Rev. Bras. de Atividade Física e Saúde. 2010; 15 (1): 70-72. PRADO, Ralf Aparício do et al. A influência dos exercícios resisitidos no equilíbrio, mobilidade funcional e na qualidade de vida de idosas. O Mundo da Saúde, São Paulo: 2010; 34 (2) : 183-191.
0 comentários:
Postar um comentário